A cronologia da guerra judicial entre Blake Lively e Justin Baldoni
A batalha legal entre Blake Lively e Justin Baldoni se tornou uma das mais comentadas em Hollywood. Em meio a processos judiciais e disputas de relações públicas, cada lado apresenta uma versão dos acontecimentos que, em alguns pontos, se sobrepõem, mas em muitos outros, divergem drasticamente.
Uma versão aponta para um caso de assédio sexual e retaliação por parte de um cineasta financiado por um bilionário e assessorado por uma equipe de gestão de crise. A outra apresenta a história de uma atriz de primeira linha, auxiliada por algumas das maiores celebridades do mundo, tentando tomar o controle de um projeto apaixonante de um diretor e destruir sua reputação.
As Origens da Controvérsia
Em 2019, Baldoni negociou os direitos do livro “É assim que acaba”, de Colleen Hoover. O cineasta e a autora se aproximaram por meio de uma troca de e-mails entusiasmados, e Hoover decidiu conceder os direitos à Wayfarer Studios, empresa cofundada por Baldoni com o bilionário Steve Sarowitz. Ela também sugeriu que ele dirigisse e interpretasse Ryle Kincaid, o marido abusivo de Lily Bloom (personagem de Lively).
Nos anos seguintes, ninguém poderia prever que a adaptação de um best-seller dominaria os noticiários meses após o lançamento, desencadeando debates sobre poder, fama e estratégias de relações públicas em Hollywood.
Os Primeiros Sinais de Conflito (Abril de 2023)
Depois de anos de desenvolvimento, a produção finalmente ganha forma. A Sony entra como distribuidora e co-financiadora, enquanto Lively é escalada como protagonista. Contudo, as tensões criativas surgem cedo.
De acordo com a queixa de Baldoni, Lively sugeriu mudanças em uma cena no terraço no início do filme e o convidou para sua residência em Nova York em 12 de abril de 2023 para discutir. Baldoni alega que ficou surpreso ao encontrar Ryan Reynolds, marido de Lively, e sua amiga Taylor Swift, que elogiaram a versão da atriz para a cena. Sentindo-se pressionado, ele teria enviado uma mensagem a Lively depois, dizendo que não precisava da opinião deles, pois já gostava da ideia dela.
Em 14 de abril, Lively respondeu dizendo que Reynolds e Swift eram seus “dragões”, referindo-se a Daenerys Targaryen de Game of Thrones: “Se você assistir Game of Thrones, vai entender que sou a Khaleesi, e como ela, tenho alguns dragões. Para melhor ou pior, mas geralmente melhor. Porque meus dragões também protegem aqueles por quem eu luto.”
A discussão sobre a reescrita da cena levou Baldoni a enviar um áudio de mais de seis minutos para Lively às 2h da manhã., pedindo desculpas por qualquer coisa que a tivesse incomodado. No fim da gravação, ele comentou: “Você provavelmente tem crianças ao seu redor e um bebê no colo, e está me ouvindo divagar de madrugada.”
Acusações de “Intimidade Improvisada” no Set (Maio – Junho de 2023)
As filmagens começam em 15 de maio de 2023, durante a greve dos roteiristas.
No dia seguinte, Lively afirma ter vivenciado um episódio de assédio sexual quando Jamey Heath, CEO da Wayfarer, entrou sem aviso em seu trailer de cabelo e maquiagem enquanto ela estava sem blusa, retirando maquiagem corporal com a equipe. Baldoni, por sua vez, nega que Lively estivesse sem roupa e afirma que qualquer insinuação de que Heath a encarou de forma inadequada é “falsa”.
Lively também acusa Baldoni de improvisar contatos físicos inadequados durante uma cena de dança lenta, alegando que “ele a tocou com a boca de forma que não fazia parte do roteiro”. Em janeiro de 2025, advogados de Baldoni divulgam imagens dos bastidores para contestar as alegações da atriz.
Disputa na Sala de Edição (Fevereiro – Maio de 2024)
Baldoni alega que Lively exigiu acesso à edição do filme, ameaçando não promovê-lo caso não fosse atendida. “Diante das ameaças crescentes de Lively — desde atrasar o lançamento até se recusar a divulgá-lo — a Wayfarer, mais uma vez, cedeu, permitindo que ela editasse com seu próprio editor,” afirma a queixa de Baldoni.
Lively nega ter forçado sua entrada na edição.
Lively Entra com Processo (Dezembro de 2024)
Em 21 de dezembro, Lively entra com uma queixa formal contra Baldoni, acusando-o de assédio sexual, ambiente de trabalho hostil e uma campanha para destruir sua reputação. No dia 31, Baldoni processa o New York Times por difamação, alegando que o jornal conspirou com a equipe de Lively para divulgar uma narrativa “manipulada”.
Baldoni Processa Lively e Reynolds (Janeiro de 2025)
Em 16 de janeiro, Baldoni entra com um processo de US$ 400 milhões contra Lively, Reynolds e sua assessora de imprensa, acusando-os de extorsão e difamação. Advogados de Lively respondem: “Isso é uma história antiga: uma mulher se pronuncia com provas concretas sobre assédio e retaliação, e o acusado tenta inverter os papéis.”
Audiência e Novas Testemunhas (Fevereiro de 2025)
Na primeira audiência, um juiz de Nova York estabelece restrições para declarações públicas dos advogados. Dias depois, Lively inclui duas atrizes como testemunhas a seu favor, identificadas como Jenny Slate e Isabela Ferrer.
Com um julgamento marcado para março de 2026, a batalha promete continuar a dividir opiniões e impactar a indústria cinematográfica.
