Ataques à jornalistas faz Grupo Globo e Folha deixarem plantão no Palácio da Alvorada
Devido a ataques à jornalistas, o grupo Globo e Folha deixarão a cobertura das saídas do Presidente. Segundo um levantamento da ONG Repórteres sem Fronteiras, só no primeiro semestre de 2020, o presidente agrediu profissionais da imprensa 53 vezes.
Sofrendo ataques quase que diariamente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, durante as coberturas na porta do Palácio da Alvora e do Palácio do Planalto; o Grupo Globo comunicou que seus plantonistas não mais farão a cobertura plantão na Alvorada.
Assim como o Grupo Globo, o jornal Folha de São Paulo, comunicou a decisão em nota enviada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo Ministro Augusto Heleno, na tarde desta segunda-feira (25). A decisão dois dois veículos vem após agressões aos seus funcionários.
Desde os primeiros meses do governo Jair Bolsonaro, os profissionais da imprensa, vem sofrendo ataques tanto por parte do presidente, bem como de seus apoiadores, que ficaram lado a lado com os jornalistas de plantão; sendo separados apenas por uma grade.
Com a agressividade por parte dos militantes pro-governo, têm ficado cada vez mais comum os relatos de agressões contra os jornalistas, sem que haja providências a fim de proteger os profissionais, o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, comunicou a então decisão ao Ministro do GSI, Augusto Heleno.
Com a decisão, os profissionais do Grupo Globo, bem como da Folha, farão a cobertura longe do Palácio da Alvorada, encontrando maneira de levar informações sem prejuízo para o público. Vale lembrar que constantemente jornalistas vêm sofrendo agressões por parte de apoiadores do presidente.
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No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, profissionais do jornal Estadão, foram hostilizados por militantes pró-governo; durante uma manifestação na Esplanada dos Ministérios. Na ocasião, o fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, foi agredido por três homens que vestia camisas da seleção brasileira.
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O ataque mais recente, ocorreu no dia 17 de maio, quando a repórter do Grupo Bandeirantes, Clarissa Oliveira, foi agredida com o mastro de uma bandeira. Agressão ocorrei enquanto a jornalista se preparava para entrar ao vivo no telejornal da BandNews.
Leia a íntegra da carta enviada pelo Grupo Globo ao ministro Augusto Heleno:
Ao cumprimentar V.Exa., trazemos ao conhecimento desse Gabinete uma questão que envolve a segurança da cobertura jornalística no Palácio da Alvorada. É público que o Senhor Presidente da República na saída, e muitas vezes no retorno ao Palácio, desce do carro e dá entrevistas bem como cumprimenta simpatizantes. Este fato fez vários meios de comunicação deslocarem para lá equipes de reportagem no intuito de fazer a cobertura.
Entretanto são muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico.
Estas agressões vêm crescendo.
Assim informamos por meio desta que a partir de hoje nossos repórteres, que têm como incumbência cobrir o Palácio da Alvorada, não mais comparecerão àquele local na parte externa destinada à imprensa.
Com a responsabilidade que temos com nossos colaboradores, e não havendo segurança para o trabalho, tivemos que tomar essa decisão.
Respeitosamente,
Paulo Tonet Camargo
Vice-Presidente de Relações Institucionais
Grupo Globo
