Robert Francis Prevost é eleito novo papa e adota o nome Leão XIV
A Igreja Católica tem um novo líder. Aos 69 anos, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito papa nesta quinta-feira (8), tornando-se o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos. Poliglota e também cidadão peruano, Prevost escolheu o nome Leão XIV para seu pontificado. O anúncio foi feito da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após quatro escrutínios realizados durante o conclave.
Seguindo a tradição, o anúncio foi feito em latim pelo cardeal Dominique Mamberti: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!” (“Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa!”). Pouco depois, Leão XIV apareceu para a multidão reunida na Praça de São Pedro e concedeu sua primeira bênção urbi et orbi (“à cidade e ao mundo”).
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Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago (EUA), Prevost é filho de Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de origem espanhola. Tem dois irmãos: Louis Martín e John Joseph.
Antes de ingressar na vida religiosa, formou-se em Matemática. Sua jornada na Igreja começou em 2 de setembro de 1978. Três anos depois, emitiu seus votos solenes como agostiniano — tornando-se, agora, o primeiro papa dessa ordem religiosa. Foi ordenado sacerdote em Roma, em 19 de junho de 1982, no Colégio Agostiniano de Santa Mônica.
Prevost também é formado em Teologia pela Catholic Theological Union, em Chicago, e em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma.
O novo papa tem uma ligação profunda com a América Latina. Em 2015, obteve a cidadania peruana, após anos como missionário no país. Lá, tornou-se bispo e, mais tarde, arcebispo de Chiclayo, cidade a cerca de 750 km de Lima. Em sua trajetória no Peru, construiu uma forte relação com as comunidades locais, ganhando respeito como líder próximo e acessível.
Sua experiência latino-americana o aproximou da visão de Igreja defendida por Francisco, seu antecessor, que também vinha do “sul global”.
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Em janeiro de 2023, foi chamado por Francisco para chefiar o Dicastério para os Bispos, órgão responsável por assessorar o papa na escolha de novos bispos ao redor do mundo. Pouco depois, também assumiu a presidência da Pontifícia Comissão para a América Latina. Em setembro do mesmo ano, foi criado cardeal, com o título de Santa Mônica.
Após a morte de Francisco, Prevost foi apontado como um dos principais nomes para continuar as reformas iniciadas pelo papa argentino. Em recente entrevista ao Vatican News, ele afirmou: “Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo atual não é o mesmo de 10 ou 20 anos atrás.”
Agora, como Leão XIV, ele assume o desafio de conduzir a Igreja Católica em um mundo em transformação, com os olhos voltados para o diálogo, a inclusão e a escuta das periferias — geográficas e existenciais — do planeta.
