No The Noite, Marcos Uchôa relembra cobertura de guerra: “Me joguei no chão”

No The Noite, Marcos Uchôa relembra cobertura de guerra: "Me joguei no chão"
No The Noite, Marcos Uchôa relembra cobertura de guerra: “Me joguei no chão” (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)

No The Noite desta terça-feira (24), Danilo Gentili recebe o jornalista Marcos Uchôa, que relembra cobertura de guerra: “Me joguei no chão”, durante sua passagem de mais de três décadas na Globo. Um dos grandes nomes do jornalismo, ele faz uma constatação sobre sua trajetória:

acabei tendo uma carreira um pouco diferente. Comecei no esporte, mas fiz um pouco de tudo. Fui correspondente muito tempo fora: oito guerras, três tsunamis, G8, G20”. Tendo trabalhado na cobertura de dez olimpíadas e oito copas do mundo, fala de seu carinho pelo esporte e o que já viveu no meio. Uchôa afirma ter se tornado próximo de nomes como Ronaldo Fenômeno, Guga e Ronaldinho Gaúcho. Sobre este último, responde se já foi às famosas comemorações do atleta. “As festas dele, não. As festas dele não podem ‘de menor’ e eu sou casado, bem casado, então evitava esse convite”.

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Atuando sempre na televisão, conta que nunca trabalhou em jornal impresso e avalia: “repórter tem um lado de ator, uma narrativa para entregar com expressividade, de uma maneira que as pessoas prestem atenção…. Hoje acho que tem ‘vivo’ demais. Ao invés de ir no lugar, fazer a reportagem, falar com quem está sofrendo e passando por aquilo, você vê o repórter entrando ao vivo, falando, falando, e acho que isso não é legal. Torna o jornalismo mais vulnerável para ser atacado dizendo que é fake news”. E completa: “talvez a gente esteja exageradamente com essa coisa da mídia social, que é super importante, democrática, mas nada substitui o papel de você ir lá e checar se de fato a coisa aconteceu.”.

Recordando um momento icônico do esporte, a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1, comenta: “Estava lá. Lamentavelmente cercado de alemães. Eles não acreditavam e batiam no meu ombro consolando. Foram muito educados… 7 a 1 em casa é que nem um nocaute. Horrível demais. E me lembro depois da entrevista do Felipão dizendo que não mudaria nada. Como não mudaria nada? Quando você mudaria? 17 a 1 você mudaria? 70 a 1 você mudaria? Se 7 a 1 para você não é suficiente, não sei o que é…. Eu, de verdade, acho que o Brasil já tinha ido muito longe…. Aquele time não era bom. Tudo bem que a gente é patriota, mas era fraco. Só não precisava ter esculachado de 7 a 1.” .

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A respeito das coberturas de guerra, recorda: “me lembro de um desses mísseis que caíram. Eu ouvi a explosão e me joguei no chão. Mas é burrice, porque, se o míssil chegar, o som chega depois. Quando você ouve o som, já era. Você está lá no chão se sentindo um pouco ridículo, mas é a natureza humana e o medo faz isso. É pensar que você não vai ganhar na loteria da morte”. O convidado diz ainda que é questionado se gostaria de estar na cobertura do conflito atual e declara: “queria estar. Há dez anos exatamente atrás, na Eurocopa, eu estava cobrindo na Ucrânia. Fiquei quase um mês. Estava em uma cidadezinha do interior”.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h30.

*todos os participantes do programa foram testados antes da participação e liberados após resultado negativo para a Covid-19.

Jônatas Leifert

Jônatas Leifert é jornalista - (MTB 0006712/BA), fundador e Editor-Chefe do site Hora Top TV. Apaixonado pela comunicação em suas diversas mídias, é pós-graduando em Marketing e Redes Sociais. Já teve passagens pelos sites Manchetes&Cia, Área Vip, OCanal, TVE Bahia, Rádio Conexão Salvador e Desenbahia. Atualmente, é embaixador do Prêmio Jovem Brasileiro. Twitter e Instagram: @JonatasLeifert

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